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Nutrição e saúde mental

A nutrição desempenha um papel crucial no desempenho cognitivo e na saúde do cérebro em várias fases da vida. Cada vez mais estudos sugerem que padrões alimentares específicos e a ingestão de certos nutrientes podem influenciar significativamente a função cognitiva, particularmente em populações envelhecidas e crianças.  

A dieta mediterrânea, caracterizada pelo alto consumo de frutas, vegetais, grãos integrais e gorduras saudáveis, tem sido associada a melhores resultados cognitivos e a um risco reduzido de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer (Devranis et al., 2023; Morris et al., 2015; Anastasiou et al., 2017). Os componentes desta dieta, mostraram associações positivas com o declínio cognitivo, provavelmente devido às suas propriedades antioxidantes (Morris et al., 2015). 

Além dos padrões alimentares, a ingestão de macronutrientes e micronutrientes específicos é vital para o funcionamento ideal do cérebro. Por exemplo, a vitamina B2 (riboflavina) tem sido associada a um melhor desempenho cognitivo quando consumida em quantidades que excedem a ingestão dietética recomendada (Beathard, 2023). Além disso, a fibra alimentar tem sido associada positivamente ao controlo cognitivo em crianças, sugerindo que uma dieta rica em fibras pode apoiar o desenvolvimento cognitivo (Khan et al., 2015). Por outro lado, a ingestão calórica elevada de hidratos de carbono tem sido associada a um risco aumentado de défice cognitivo ligeiro em idosos, destacando a importância da ingestão equilibrada de macronutrientes (Roberts et al., 2012; Ding et al., 2018). 

 

Além disso, o papel dos micronutrientes não pode ser ignorado. Vitaminas e minerais essenciais, como ácidos gordos ômega-3, zinco e ferro, são fundamentais para o desenvolvimento e função do cérebro. Estudos têm demonstrado que as deficiências de micronutrientes podem afetar negativamente as habilidades cognitivas e a saúde mental (Muscaritoli, 2021; Cohen et al., 2020). O eixo intestino-cérebro também desempenha um papel significativo na saúde cognitiva, e diferentes padrões alimentares influenciam a composição da microbiota intestinal, o que, por sua vez, afeta a função cerebral e o humor (Muscaritoli, 2021; Naveed et al., 2020). 

 

Em resumo, uma dieta equilibrada, rica em nutrientes específicos e alinhada com padrões alimentares saudáveis, como a dieta mediterrânea, é essencial para manter a função cognitiva e a saúde geral do cérebro.  

 

 

Referências: 

Anastasiou, C., Yannakoulia, M., Kosmidis, M., Dardiotis, E., Hadjigeorgiou, G., Sakka, P., … & Scarmeas, N. (2017). Mediterranean diet and cognitive health: initial results from the hellenic longitudinal investigation of ageing and diet. Plos One, 12(8), e0182048. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0182048 

Beathard, K. (2023). The impact of nutrition on visual cognitive performance in the nutrition, vision, and cognition in sport study. Frontiers in Nutrition, 10. https://doi.org/10.3389/fnut.2023.1208890 

Cohen, J., Sagar, K., Dahlgren, M., Kurdziel, L., & Gruber, S. (2020). The impact of micronutrient fortified foods on cognitive functioning among low-income children: a pilot and feasibility study. Nutrients, 12(11), 3351. https://doi.org/10.3390/nu12113351 

Devranis, P., Vassilopoulou, Ε., Tsironis, V., Sotiriadis, P., Chourdakis, M., Aivaliotis, M., … & Tsolaki, M. (2023). Mediterranean diet, ketogenic diet or mind diet for aging populations with cognitive decline: a systematic review. Life, 13(1), 173. https://doi.org/10.3390/life13010173 

Ding, B., Xiao, R., Ma, W., Zhao, L., Bi, Y., & Zhang, Y. (2018). The association between macronutrient intake and cognition in individuals aged under 65 in china: a cross-sectional study. BMJ Open, 8(1), e018573. https://doi.org/10.1136/bmjopen-2017-018573 

Khan, N., Raine, L., Drollette, E., Scudder, M., Kramer, A., & Hillman, C. (2015). Dietary fiber is positively associated with cognitive control among prepubertal children ,. Journal of Nutrition, 145(1), 143-149. https://doi.org/10.3945/jn.114.198457 

Lin, L., Amissah, E., Gamble, G., Crowther, C., & Harding, J. (2019). Impact of macronutrient supplements for children born preterm or small for gestational age on developmental and metabolic outcomes: a systematic review and meta-analysis. Plos Medicine, 16(10), e1002952. https://doi.org/10.1371/journal.pmed.1002952 

Lin, L., Gamble, G., Crowther, C., Bloomfield, F., Agosti, M., Atkinson, S., … & Harding, J. (2022). Sex-specific effects of nutritional supplements for infants born early or small: an individual participant data meta-analysis (essence ipd-ma) i—cognitive function and metabolic risk. Nutrients, 14(3), 418. https://doi.org/10.3390/nu14030418 

Morris, M., Tangney, C., Wang, Y., Sacks, F., Bennett, D., & Aggarwal, N. (2015). Mind diet associated with reduced incidence of alzheimer’s disease. Alzheimer S & Dementia, 11(9), 1007-1014. https://doi.org/10.1016/j.jalz.2014.11.009 

Muscaritoli, M. (2021). The impact of nutrients on mental health and well-being: insights from the literature. Frontiers in Nutrition, 8. https://doi.org/10.3389/fnut.2021.656290 

Naveed, S., Lakka, T., & Haapala, E. (2020). An overview on the associations between health behaviors and brain health in children and adolescents with special reference to diet quality. International Journal of Environmental Research and Public Health, 17(3), 953. https://doi.org/10.3390/ijerph17030953 

Roberts, R., Roberts, L., Geda, Y., Ruth, H., Pankratz, V., O’Connor, H., … & Petersen, R. (2012). Relative intake of macronutrients impacts risk of mild cognitive impairment or dementia. Journal of Alzheimer S Disease, 32(2), 329-339. https://doi.org/10.3233/jad-2012-120862